18/06/2012

a apoteose do nada

por Laerte Braga
Começa nos próximos dias de junho a conferência mundial sobre desenvolvimento sustentável com o pomposo título de RIO + 20. O espetáculo cambeta das grandes nações e seus “sábios” a tentar exibir, aos que habitam o mundo cá embaixo, o nada.
A História mostra grandes impérios. Ruíram todos na arrogância, na prepotência, em suas contradições, na própria roda da História, um processo inexorável que já tentaram sepultar e que revive hoje com vigor impressionante: a luta de classes.

Débord, em seu magnífico e definitivo "A sociedade do espetáculo" (Contraponto, 2ª. Impressão, 2000, RJ) afirma que “a classe ideológica totalitária no poder é o poder de um mundo invertido: quanto mais forte ela é, mais afirma que não existe, e sua força serve em primeiro lugar para afirmar sua inexistência. É modesta apenas nesse ponto, pois sua inexistência oficial também deve coincidir com o nec plus ultra do desenvolvimento histórico que ao mesmo tempo seria devido ao seu infalível comando”.

A crise que transforma a União Européia em meras bases militares do terrorismo de Estado norte-americano/sionista, vai custar 100 bilhões de euros a trabalhadores espanhóis e europeus no geral, para salvar um sistema financeiro podre, falido, a síntese do capitalismo.
Os milhões de desempregados, a perspectiva negativa para os milhões de jovens que chegam ao mercado de trabalho do mundo capitalista, são meros detalhes para “essa classe ideológico- totalitária”.

Há um mundo a parte, de castelos, onde os donos das milhares de ogivas nucleares que garantem esse nada,  se refugiam se impõem na crença da infalibilidade da qual fala Débord.
A RIO + 20 é um exercício de masturbação de países ricos. Não está prevista nenhuma declaração ou compromisso formal, apenas isso, masturbação.
O que não quer dizer que forças populares sitiadas em cada canto do mundo, ainda que díspares, não devam se expressar e fazer ecoar os tambores da luta contra um modelo falido, predador e terrorista.
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Há um golpe de estado em curso na Síria. Houve antes na Líbia devastada por mais de cinco mil ações de bombardeios aéreos. Ou a devastação do Iraque, do Afeganistão, o terror do ATO PATRIÓTICO espalhando mortes por todos os lados.
Centenas de milhares de palestinos expulsos de suas terras, presos, assassinados na sanha insana do nazi/sionismo.
Gregos, espanhóis, portugueses, norte-americanos (milhões na linha da pobreza ou abaixo dela), africanos, árabes, chineses, enfim, a classe trabalhadora submetida a um tacão que não difere do que Hitler imaginava que fosse durar dois mil anos.
E uma preocupação inexistente com o que também não existe, o tal desenvolvimento sustentável. O show, o espetáculo. A turba mantida ao longe por escudos e zumbis chamados de Polícia Militar (a ONU recomendou o fim dessa aberração). E montes de agentes especiais para garantir a nobreza. Os grandes nomes das potências terroristas não virão. Hilary Clinton será a atração do terror.

O presidente do Irã, Ahmhoud Ahmadinejad, em sua cruzada mundo afora para manter a dignidade de seu povo e da revolução islâmica, vem trazer sua voz de protesto, de indignação e de coragem, sabedor da força devastadora e cruel dos que se sustentam nesse terror capitalista.
Sabe que resistir é preciso. (...)
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(...) A RIO + 20 vai propiciar matérias à mídia de mercado sobre o próximo fim do mundo, as mudanças climáticas, a necessidade de controle da poluição atmosférica, vão falar sobre a caça às baleias pelos insanos governantes japoneses, o trabalho escravo na China capitalista – o comunismo é eufemismo, rima –, a fome na África, expor as vísceras espetaculares do drama dos trabalhadores e, ao final, marcar nova conferência para absolutamente nada.

A destruição é intrínseca ao capitalismo. Como a corrupção. São inseparáveis e com certeza ao final de tudo vão dizer que o Brasil está apto a receber a copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
E lógico, a foto oficial. Não sei se o rei da Espanha vem, se vier que traga seu rifle de caçadas. É evidente que Elizabeth II não vem, está às voltas com destempero do príncipe Philip que, na patetice da nobreza, pode sair pelas ruas de Londres nu e gritando “heil Hitler”.

Da RIO + 20 vai sobrar a possibilidade de percepção de todo esse nada transformado em espetáculo, e a conseqüente necessidade de organização das forças populares, num consenso que é inevitável, sob pena de ficar a reboque de maneira permanente e assistir a esse massacre capitalista.

A importância da luta popular. É nas ruas, é de sobrevivência, não é por mandatos eletivos. É por enfrentar e jogar por terra todo esse processo de destruição e escravidão, transformado em show a cada domingo, ou em cada edição de VEJA, GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADÃO, ESTADO DE MINAS, RBS, etc, até porque não existe nada de FANTÁSTICO nisso. 
 
Tanto é um desafio para partidos com história de lutas, como para o movimento popular.
Tirar da inércia os que acreditam que vivemos uma era de progresso, e que estamos predestinados a ungir o mundo com o equilibrismo de Dilma, em cima dos passos e contrapassos de Lula na tentativa frustrada de apagar os anos de FHC. Está ai, impávido não o gigante que continua adormecido, mas o neoliberalismo imposto pelos tucanos.

A RIO + 20 vai valer pelo que se puder aprender de luta popular e pela consciência que essa luta é nas ruas, e não em eleições de cartas marcadas.Gigantes são os trabalhadores e a bola da vez do terror de ISRAEL/EUA TERRORISMO “HUMANITÁRIO” S/A é a Síria.