10/11/2011

virar o mundo de cabeça para baixo

Na verdade, esse movimento planetário terá que conviver frequentemente com essa aparente contradição entre disciplina e espontaneidade, entre organização eficiente e descentralização democrática, entre engajamento e autonomia, questão que abordei brevemente aqui, aqui e aqui. O verdadeiro desafio não é negar uma ou outra possibilidade, mas aprender a conviver com ambas.

Se o movimento se isolar das lutas populares, não se engajar em questões concretas, corre o risco de se esvaziar, de perder a credibilidade e, pior, de não envolver outras pessoas, movimentos e entidades nesta ousada, grandiosa e singular caminhada. Mas também precisa preservar a sua radicalidade, principalmente no que se refere a três pontos:

1) não se deixar apropriar por cúpulas partidárias, sindicais e instâncias semelhantes
2) evitar a todo custo situações em lideranças espontâneas (que surgem naturalmente em qualquer movimento) se vejam na situação de ter que assumir um excessivo poder decisório ou de convencimento e
3) não abandonar jamais a amplitude e grandiosidade das reivindicações: propor e exigir simplesmente nada mais nada menos do que uma total reorganização na forma de as pessoas se relacionarem com o trabalho, consigo mesmas e com os outros e, principalmente, uma forma autônoma, prazeirosa e participativa de se relacionarem com as novas instâncias de poder, que serão construídas - simultaneamente por todos os povos - no lugar dessa obsoleta e forma de organização scial e política.

Ou seja, simplesmente mudar o mundo, virar o poder de cabeça para baixo, ousar acreditar que a humanidade pode dar o decisivo passo, aquele único que falta para que possamos, de fato, construir uma morada que se possa chamar de humana e de transcendente neste mágico planeta.
Esse último ponto é, com certeza, o grande desafio, o sentido de toda essa gratificante movimentação planetária e, certamente, não pode ser esgotado por quem quer que seja. Teremos sempre que voltar a ele, em razão de sua complexidade e de sua grandiosidade.

TODOS AO 11.11.2011, a egunda etapa da jornada planetária rumo ao Colapso do Capitalismo e à construção do Pacto dos Povos.

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