28/12/2011

coincidências...

ou produto da maléfica e monstruosa eficácia dos serviços de inteligência dos Estados Unidos?

*impossível não estranhar: desde 2010, câncer atingiu Fidel, Lugo, Chávez, Dilma, Lula e, agora, Cristina Kirchner** carta maior, 28/12

Em tempos de declínio dos antigos colonizadores, nunca é demais ser desconfiado; afinal, em seus momentos de agonia, é de se esperar que  a besta fera do capitalismo escoiceie para todos os lados e de forma insana.

qual é, PSTU?

por Ommar Motta, transcrito de praça livre 
Desde 2010 ajuventude de BH começou a se mobilizar com mais intensidade. Em 2011 o Movimento Fora Lacerda e o Grupo Anonymous deram o tom das manifestações nas ruas de BH! Um levante que acontece em todo mundo, lutando por melhores condições de vida, dignidade e justiça para todos. Lutamos contra o sistema Neo-liberal corrupto e elitista que governa em prol de grandes empresas e empresários.

Os motivos da luta são antigos, nova é a forma de organizar, mas não para todos. Os partidos políticos ainda não entenderam esta nova fase, não entenderam o que é um movimento sem lideres e sem rosto, não entendem o que é uma organização horizontal e rizomática. Caso soubessem já teriam optado por esta forma de organização para as bases partidárias. Mas não, continuam impondo hierarquias e modus operanti do século passado, acreditando que militante é o início da massa de manobra.
Mas nem todos agem assim, alguns militantes de diversos partidos de esquerda – PSOL, PSTU, PCB, PCR – aderiram aos movimentos. Isso é muito importante para a democracia, trocar idéias, aprender uns com os outros, compartilhar posturas e construir juntos. A maioria entendeu isso e participa dos movimentos com discrição e respeito.
Mas não é o caso do PSTU, aliás, é preciso separar: não é o caso da direção local do PSTU. É preciso respeitar o cidadão, o militante partidário, que está na luta e acredita na proximidade com estes novos movimentos. O problema da direção local do PSTU é acreditar que as manifestações de rua são o momento para o partido se mostrar. É acreditar que ao levar bandeiras para os movimentos estarão mostrando sua solidariedade. Infelizmente isso não é a verdade.
Quando o PSTU chega com suas bandeiras, sempre em maior número que os demais partidos e que o próprio movimento, está aparelhando a manifestação. Está dizendo para a população: olha nos fazemos parte disso. E não é verdade. Quem faz parte disso são alguns militantes do PSTU, o partido em si não ajuda em nada os movimentos que estão se articulando.
Assim PSTU vocês estão conseguindo ser antipatizados por todas as organizações. Jovens, sedentos por participação política se vem impotentes e desmoralizados por uma atitude ignorante e velha, ultrapassada.
E demais a mais, vai um desafio. Façam uma grande marcha de contestação a administração municipal. Mobilize suas bases, construam alguma coisa ao invés de querer se aproveitar das construções alheias. Na hora de fazer a janta ninguém aparece, mas na hora de servi o prato são os primeiros da fila. É triste ver uma parte da esquerda desnorteada e sem saber como convencer os jovens de suas posturas, principalmente quando não conseguem nem mesmo criar um diálogo com os movimentos.
Se não conseguem se aproximar de forma digna e construir um movimento juntos, com diálogo, como podem escrever uma carta assinando em nome de um movimento do qual o partido nem faz parte? Que brincadeira é esta de conclamar uma união dos partidos de esquerda, usando um movimento?
Esperamos que estejamos juntos em todas as manifestações, venham de coração aberto e se possível ajudem a construir, antes de querer aparecer.

22/12/2011

natal, de novo a ofensa

Chega a ser entediante denunciar a arrogância e os abusos do Poder Judiciário. Afinal, o que esperar de uma instituiçao que não passa de um dos sustentáculos das estruturas de poder, que, por mais que tenha algumas pessoas e profissionais  bem intencionados em seus quadros, será sempre refém de sua condição de aparato ideológioco do sistena, tal como a imprensa,  as forças armadas, a escola,  as igrejas?

Enfim, com o passar do tempo cansa-nos  essa cantilena de instituições reformadas ou saneadas, essa ilusão de que existiria uma autonomia cidadã nas instituições acima citadas, como se nos momentos decisivos do  confronto de classes, não fosse previsível a posição de cada uma... e de cada um de seus membros, seja dos escalões superiores, seja de seus despersonalizados e frustrados escalões médios.

De qualquer forma, vale a leitura do texto de Laerte Braga, abaixo . Mesmo porque, ele não denuncia apenas essa descarada (e bem sucedida, pelo menos até o momento) tentativa de esvaziamento do CNJ por parte do STF. O texto vai das putrefatas privatizações tucanas, tal como mostrado no livro do jornalista Amaury Júnior, até a submissão do Ministro Mantega aos ditames da banca nacional e internacional, passando por Daniel Dantas, Veja, lei da Ficha Limpa e passa até mesmo pelos "malabarismos" de Lula e Dilma. 

Enfim, é sempre benvinda uma boa dose de realismo, antes que nos mergulhem na nossa ilusão de todo ano, quando os mecanismos sutis e sedutores, musicais e coloridos, do sistema tentam nos convencer de que, no Natal, de fato acontece uma comunhão séria e autêntica entre as pessoas; quando os mecanismos da engrenagem quase conseguem fazer-nos acrecditar que, de fato, estamos rodeados de pessoas e não de consumidores e sorridentes escravos modernos.

Enfim, mais uma vez vamos presenciar a ofensa anual ao testemunho do poeta e revolucionário da Galiléia.
Como diz Laerte ao final, precisamos urgente de nossa Praça Tahir, antes que a sedutora barbárie nos estupidifique de vez. E, com certeza que o místico peregrino da Galiléia  estaria presente nas praças, acampamentos e manifestações do histórico e inesquecível 2011.

Avante, em 2012 o testemunho e a tarefa continuam!!!!

Leia também "então é natal, e ano novo também...", texto e poemas
publicados por ocasião do Natal de 2008.


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O judiciário fora da lei
por  Laerte Braga, divulgado por email

A decisão do ministro Marco Aurélio Mello suspendendo atribuições do CNJ – Conselho Nacional de Justiça – tem cheiro de Gilmar Mendes e viola princípios legais. Foi tomada após o início do recesso do Poder Judiciário, o que a torna nula (a competência seria do presidente do STF – suposto Supremo Tribunal Federal –, ou da ministra plantonista, Carmen Lúcia).

Pior foi a seqüência, outra decisão, essa do ministro Ricardo Lewandowdky, que suspendeu uma investigação sobre ministros, desembargadores e juízes suspeitos de práticas ilícitas. César Peluso e Ricardo Lewandowsky, segundo o jornal FOLHA DE SÃO PAULO (aliado deles, ligado à ditadura militar), receberam cerca de 700 mil reais a guisa de auxílio moradia/indenização, vantagem considerada indevida e paga a desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ambos, César Peluso e Lewandowsky integravam o TJ paulista à época dos fatos. O ministro, segundo o jornal, decidiu em seu próprio benefício.
Ao rebater as denúncias o ministro César Peluso ameaçou de forma direta os que deixam vazar dados de irregularidades praticadas por ministros do STF. Falou até em prisão. Ou seja, estão ao mesmo tempo acima e fora da lei. Na avaliação de César Peluso, principal assessor de Gilmar Mendes na corte dita suprema, os que assim o procedem são “covardes”.

A suprema corte, em tese guardiã da lei, dos direitos básicos e fundamentais do cidadão, na prática, está fora e contra a lei. Decisões tomadas assim em tempos como esse de feriados e festejos são comuns e essa característica é para esvaziar a repercussão.

Marco Aurélio Mello é célebre por um habeas corpus que concedeu a Salvatore Cacciola, seu vizinho num condomínio no estado do Rio e que, à época, permitiu a fuga do banqueiro para o exterior (já foi extraditado e preso, cumpre pena agora em regime aberto, mas nada que dependesse ou tenha passado por Marco Aurélio).

Na decisão do ministro Marco Aurélio Mello o CNJ não tem poderes para investigar juízes e desembargadores antes que quaisquer denúncias sejam objeto de apuração pelas corregedorias estaduais. Só a partir daí é que o CNJ pode entrar em cena.

Corregedorias estaduais, de um modo geral, na maioria de seus integrantes, obedecem a um espírito de corporação e raramente juízes ou desembargadores são punidos. E quando ocorre uma sanção, essa assegura a aposentadoria dos acusados de irregularidades.

Foi o que aconteceu com o ministro Paulo Medina do STJ e o desembargador José Eduardo Carreira Alvim, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, ambos envolvidos em venda de sentenças para as quadrilhas operadoras de máquinas de caça níqueis. No caso de Medina foi garantida, em 2010, uma aposentadoria de então 25 mil reais, teto máximo do Judiciário.

A decisão de aposentar compulsoriamente esses magistrados foi tomada pelo CNJ.
O Poder Judiciário se coloca fora da lei, abre um perigoso precedente e perspectivas de impunidade para juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores que possam estar envolvidos em irregularidades.
No episódio que envolveu outro ministro do STF, então presidente, Gilmar Mendes e o banqueiro Daniel Dantas (preso pelo delegado de Polícia Federal Protógenes Queiroz, hoje deputado federal), a concessão de dois habeas corpus em questão de horas, os ameaçados de punição são o delegado, o juiz que autorizou as gravações de conversas dos integrantes da quadrilha de Dantas e o promotor que acompanhou o caso.

Àquela época a revista VEJA, aliada de Dantas (que foi ministro de FHC) exibiu matéria sobre uma gravação que teria sido feito no gabinete de Gilmar Mendes, a conversa entre ele e um senador, fato mais tarde desmentido e comprovado. A gravação foi montada pelo próprio Gilmar e a revista para livrar a cara do ministro e evitar que viessem a público suas ligações com Daniel Dantas desde o Plano Nacional de Privatizações do governo FHC, agora disponível em toda a sua podridão pelo livro A PRIVATARIA TUCANA do jornalista Amaury Ribeiro.
Como se vê está em pleno funcionamento o espírito corporativo de um dos poderes da República e em benefício de seus integrantes.

As decisões de Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowsky são duas bofetadas na Constituição, na lei como um todo e nos brasileiros. Como o foram os habeas corpus concedidos por Gilmar Mendes a Daniel Dantas, um dos principais operadores da privatização no governo FHC.
É o Estado como instituição inteiramente falido e podre. Sem sentido, longe de um caráter ou uma essência democrática, restrito a elites políticas e econômicas que controlam o País e o arremedo de democracia que temos.
Em tudo isso uma dúvida. A mídia de mercado, até que ponto vai enfrentar esse tipo de decisão? Essa mídia é parte dessa podridão, é sócia desse Estado.
O recurso da Advocacia Geral da União de nada ou quase nada deve adiantar. Uma eventual decisão contrária aos dois ministros (Marco Aurélio e Lewandowsky) antes de uma apreciação dos fatos pelo plenário do STF é pouco provável. E esse desenlace está previsto para fevereiro.

A julgar pelo que acontece com a lei da Ficha Limpa (o último pedido de vista – para empurrar com a barriga – foi do ministro Tofoli), a impunidade ficará assegurada, garantida. Os corruptos podem dormir tranqüilos que a corrupção está oficializada e os que exercem a magistratura com dignidade podem se lamentar do estado a que chega o Poder Judiciário.

Imaginar que será possível reverter esse quadro, em seu todo, o que inclui Executivo (agindo como barata tonta e dentro dos cânones neoliberais) e o Legislativo é acreditar que num determinado momento o Superman vá resolver ajudar o Brasil e os brasileiros.

Nem isso e nem esse existem. E na ficção, o que o Superman faz é recolocar sempre a bandeira dos EUA no devido lugar, nos moldes de herói do capitalismo.
O xis da questão está no modelo político e econômico.

É há fatos graves não observados com a devida atenção. O acordo assinado entre o então presidente do STJ, ministro Ari Pendengler (aquele do chilique ano passado num caixa eletrônico) e o Banco Mundial, que garante, entre outras coisas, prevalência da propriedade privada sobre o ser humano. E submete o País a interesses externos. Registre-se que Pendengler é parte do processo político de ação sionista em nosso País.

O Brasil paga hoje o preço do malabarismo de Lula, uma no cravo, outra na ferradura, sem que a essência de nada tenha sido mudada, pelo contrario, a maioria de seu partido, o PT, a cúpula, cada vez mais vai se tornando um similar do PSDB.

E Dilma se mostra menor que o cargo, incapaz de desatar o novelo que se lhe foi dado, seguidora fiel das regras da chamada nova ordem econômica mundial, o neoliberalismo, mesmo com a falência do capitalismo (escora-se apenas no arsenal nuclear/boçal dos norte-americanos, suas colônias européias e mundo afora).

Ou vamos construir a nossa Praça Tahir, as nossas praças gregas (onde trabalhadores se manifestam contra seus governos podres) ou vamos sucumbir à barbárie que se avizinha. A impunidade é uma forma de barbárie, se levarmos em conta os milhões de processo que correm na justiça e não têm solução, principalmente se contra medalhões da política, banqueiros ou os das grandes corporações empresariais.

Um dos presentes de Natal aos brasileiros foi a impunidade de juízes, desembargadores e ministros corruptos. Outro, o aumento crescente da dívida pública e as decisões de Dilma contra trabalhadores do serviço público nos três poderes.
PT e PSDB (nos governos estaduais) – o resto é adereço – decidindo quem faz o Papai Noel às avessas. E Judiciário se colocando acima e fora da lei.
Para se ter uma idéia do que isso significa, pelo menos 90% de juízes e desembargadores no Espírito Santo – um exemplo –, pode ser o Pará, devem estar soltando fogos e a turma pensando que é pelo Natal, ou o novo ano.

E não adianta construir uma Praça Tahir ou praças gregas se não houver direção e objetivos claros na luta popular. Do contrário serão apenas protestos que a PM (braço da barbárie do Estado) vai reprimir com sua costumeira estupidez, como o faz contra professores e estudantes. E que a mídia vai transformar em “baderna”, já que braço desse modelo corrupto e falido.

O desafio dessa construção é o da construção da democracia com plena participação popular. Não passa por reformas, ou mudanças superficiais. O chantilly na cobertura e o fel da barbárie capitalista logo em seguida.

retrospectiva 2012: prá rir e refletir

Retropsectiva do ano que vem
por Gilberto Maringoni, transcrito do site Carta Maior
 
Nada do que foi será igual ao que já foi um dia, anunciou o profeta. Todas as TVs, rádios, jornais revistas e sites farão um tedioso balanço de 2011. Nunca antes na história desse país foi feito um balanço do ano que vai nascer. Pois aqui está, com doze meses de antecedência: 2012 passado a limpo!

Retrospectiva de ano velho todo mundo faz.
Qualquer Zé Mané, munido de laptop e algum tirocínio faz a lista do que bombou no ano que passou.
Não vamos cair nessa.
Vamos olhar para a frente.
2011 já era.
O que interessa agora é fazer o balanço de 2012!
Companheiros e companheiras: num esforço desmesurado e avantajado de estimativas científicas, reportagem investigativa, clarevidência e calúnias, apresentamos aqui nossas previsões para o ano que vai chegar (se tudo der certo).
Atenção! Lá vai, mês a mês:

1. Janeiro - A PRESIDENTA DILMA dá continuidade à faxina ministerial. Resolve demitir a dupla instalada na Fazenda e no Banco Central, os impagáveis Mantega & Tombini. Motivo: conseguiram antecipar a chegada da crise mundial em pelo menos um ano ao fazerem no primeiro semestre de 2011 a opção preferencial pelos bancos. Aumentaram cinco vezes os juros, impuseram cortes orçamentários de R$ 50 bilhões e elevaram em R$ 10 bilhões o superávit primário. Conquistaram a proeza de zerar o crescimento do PIB no terceiro trimestre. Mantega saiu dizendo que nada está provado contra ele e Tombini alegou que está tudo tranqüilo. Bradesco, Itaú e Santander decidem homenagear ambos como as mães do ano.
- NUMA DECISÃO que pode mudar a conjuntura, o PT aprova uma nota apoiando todas as gestões e iniciativas destinadas à instalação da CPI da privataria tucana.

2. Fevereiro - A GLOBO, A VEJA, a Folha de S. Paulo e o Estadão, contrariados com o patrocínio do carnaval combinam entre si nada noticiar sobre a realização da festa. Os Marinho e os Civita asseguram que com o silêncio da mídia, ninguém saberá que o tríduo momesco acontecerá e a vida seguirá normalmente. Estão entusiasmados com a idéia. Não conseguimos ainda antever o desfecho da história;

3. Março - BONI LANÇA novo livro, no qual confessa ter manipulado a decisão da Copa de 1950 em favor do Uruguai. A CBF entra com processo contra a FIFA e Joseph Blatter decide tirar a copa do Brasil e realizá-la em sua casa. O BNDES já garantiu recursos;

4. Abril - NICHOLAS SARKOZY anuncia o fim de seu casamento com Carla Bruni e assume um relacionamento sério com Angela Merkel. Não se casarão de papel passado, mas farão uma união aduaneira. Mas não conseguem marcar a lua de mel em um paraíso fiscal porque ninguém aceita receber em euros;

5. Maio - O PREMIÊ GREGO Lucas Papademos decide cortar todos os salários do funcionalismo público grego por tempo indeterminado, privatizar o fornecimento de ar à população e demolir a Partenon para a construção de um shopping de alto luxo. Ao ser questionado se isso não levaria seu país à ruína, respondeu: “As ruínas são a principal fonte de turismo na Grécia. Quanto mais tivermos, mais lucraremos e poderemos recuperar a economia”;
6. Junho - MERVAL PEREIRA ganha o Nobel de literatura com nova coletânea de artigos. No discurso de agradecimento, afirma que fará uma guinada em sua carreira e não escreverá mais ficção;

7. Julho – DEPOIS DE PRESSIONADO pelo PMDB, o STF decide revogar a lei da gravidade em todo o território nacional. A alegação é de inconstitucionalidade, uma vez que mais ministros do partido seguem caindo sem motivação aparente;

- EM ENTREVISTA COLETIVA, a executiva nacional do PT diz que, por questões da pauta legislativa, que não depende da ação partidária, a CPI da privataria é favas contadas. Mas ficará para depois do recesso parlamentar.

8. Agosto – AMAURY RIBEIRO JR. lança a Privataria Tucana II, no qual revela que o dinheiro utilizado na compra de votos para a reeleição teria ido parar em uma empresa offshore de propriedade de Verônica Serra. FHC reage com nota indignada, alegando que as aquisições foram feitas com dinheiro ganho honestamente;

9. Setembro – EUA INVADEM IRÃ, Síria e o Butão. Diante das acusações internacionais, Barack Obama argumenta que suas tropas, ao saírem do Iraque, estavam meio de bobeira no caminho de volta. Aí resolveram gastar a munição que sobrou para não pagarem peso excedente na viagem. A Casa Branca divulgou nota afirmando que em nove anos tudo estará resolvido;

10. Outubro - O BANCO CENTRAL EUROPEU, o FMI e o casal Merkel Sarkozy chegam a um diagnóstico para resolver a crise grega. Em entrevista coletiva dizem que o povo do país é incapaz de solucionar os problemas e ordenam sua imediata destituição. Buscarão em seguida encontrar no mercado um povo a altura das graves responsabilidades da hora presente;

11. Novembro – EM DECISÃO INOVADORA, após visita de dirigentes do PMDB, o STF decide descriminalizar a maconha, a prevaricação, o nepotismo, o tráfico de influência e a corrupção. Vários empresários e autoridades respiram aliviados. Um deles declara: “Puxa, não aguentava mais ter de fumar meu baseado escondido”...

12. Dezembro – DESCONTENTES com a marcha dos acontecimentos, a Globo, a Veja, a Folha de S. Paulo e o Estadão decidem silenciar sobre o fato de que o Natal se realizaria neste mês. Não se conseguiu prever o resultado da articulação. Mas Lucia Hippolito tuitará: “Ninguém pode com a imprensa livre!”
- O PT DIZ QUE ESTÁ TUDO pronto para a CPI da privataria. Só lembra que as coisas não podem ser decididas de afogadilho, é preciso um debate democrático, plural e transparente sobre o tema. Mas de 2013 não passa!

Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).

21/12/2011

a privataria tucana e a hipocrisia dos jornalistas vendidos


AS SIRENES DO SILÊNCIO
Passados 11 dias desde o lançamento de 'A privataria Tucana', de Amaury Ribeiro Jr,os colunistas de política da Folha --Clóvis Rossi, Fernando Rodrigues, Catanhede e Lo Prete-- mantem um pacto de silêncio e cumplicidade em relação às denúncias de corrupção ali reunidas. A omissão coletiva e deliberada diante do documento político mais explosivo dos últimos anos lança uma suspeita de parcialidade sobre tudo o que já escreveram ou possam escrever sobre o tema que agora evitam. Há casos em que o silêncio jornalístico grita mais do que as sirenes que pretende abafar. Este é um deles. Nesta 4ª feira, às 19 horas, no Sindicato dos Bancários de SP, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa 'Barão de Itararé' promove debate sobre o livro de Amaury Ribeiro,com a presença do autor, do jornalista de Paulo Henrique Amorim e do deputado Protógenes Queiróz, autor do requerimento de CPI sobre o tema. Carta Maior, 21/12/2011

proposta poética

O destino foi muito cruel
quando fez de nós poetas.
A poesia não é uma arma carregada de futuro
como esse tal de Gabriel propôs.
Além disso, o futuro – digam lá, a sério –
é pólvora molhada.

Não quero complicar a nossa triste sina,
meus companheiros de escrita,
mas todos temos escrito suficientes versos
brilhantes e medíocres,
quase todos já escrevemos palavras
para as canções de um cantor famoso,

todos já tivemos uma coisa ou duas traduzida
para uma antologia,
quase todos produzimos um argumento
por encomenda,
já recebemos um prémio ou dois
e gozamos da lisonja,

somos todos jogadores, maiores ou menores
do lamacento campo do jornalismo,
todos desfraldamos as velas da memória, tilintamos
os sinos do virtuosismo, e agora,
depois dos poetry slams, etc., o que é que vocês diziam
de começamos a escrever poemas mesmo?

joseba sarrionandia - páis basco

20/12/2011

itambacuri

Itambacuri é uma dessas cidades bem pequenas e pacatas, que se espraiam pela vastidão das Minas Gerais. Fica no vale do Mucuri, a 30 km de Teófilo Otoni. O Mucuri, por sua vez, é vizinho do Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas.
Nada de muito especial, apenas colhi algumas imagens, sem muitas pretensões, movido pela pacata vastidão do lugar. Na verdade, me atraiu uma certa atmosfera dos cenários de Guimarães Rosa.  Claro, os livros de Rosa se passaram noutro lado de Minas, lá pelos lados de Januária, São Fancisco, enfim no Noroeste e no Norte de Minas propriamente dito. Mas como não pude ir até lá, e como estive relendo o 'Grande Sertão ...', acho que me deixei influenciar um pouco. De qualquer forma, mesmo sendo uma associação bastante pessoal, subjetiva  e própria de momentos,  vão algumas impressões: 

 a vastidão silenciosa e enigmática a cercar a cidade

da secura bruta de rochedos, emanando uma espécie
de silêncio mineral
as ruas e estabelecimentos com nomes familiares, ao invés
das costumeiras homenagens às tais figuras ilustres,
que é uma óbvia forma de dominação.

ruas e praças, aliás, que estão sempre sendo nomeadas e renomeadas,
o que é uma óbvia forma de destruir a memória de uma coletividade.

interessante como permanece essa resistência à desmemoriação de um povo,
resistência misturada com espontaneidade e familiaridade 



o 'ponto' das charretes e carroças,
onde os moradores da roça
alugam transporte

a onipresente religiosidade de minas: apesar de tudo o que ela representou, e ainda
representa, de suporte às  estruturas de dominação social e econômica, ela é  um
elemento vital para se compreender a formação da singular identidade de minas
(seminário de itambacuri)
compare-se com essas imagens do povoado de Paraguai, município
 de Cajuri (Zona da Mata de Minas): repare-se altivez das igrejas,
geralmente construídas em alturas estratégicas

como se do alto fosse mais convincente a ligação da finitude
 terrena  com as alturas e mistérios do infinito; e, claro, para
fazer mais visível a obediência do rebanho, obediência que
 certamente  ajudava, e ajuda, a manter as estruturas de poder.

aliás, a propósito de religião e poesia, veja poemas para deus
abaixo,  o colégio das freiras, quase que uma instituição em muitas
cidades de Minas: a presença da igreja (que já em si um aparelho
ideológico) em outro dos aparelhos ideológicos de estado, a escola  
nessas cidades interioranas, o casario antigo
não destoa da paisagem ao redor, integra-se ao ambiente.

ao contrário das grandes cidades, onde os chamados 'centros históricos',
quando ainda preservados,  surgem quase como uma 'anomalia',
como indefesos intrusos na paisagem fascista, quadrada
e cinzenta de edifícios, ruas e fábricas 

mas, às vezes, esse contraste ocorre até mesmo em cidades
do interior,  não necessariamente em capitais.

por exemplo, em itabira, mostrada aquiaqui e aqui mesmo o casario antigo - na 
rua onde Drumond morou - carrega algo de artificial, por restar cercado
por uma cidade  já suficientemente 'desenvolvida', 'crescida', corroída  

16/12/2011

barbárie anunciada - 2

veja também rufam os tambores de guerra ?


DE VOLTA A 1930: QUEM AVISA É O FMI
"Se não houver uma resposta conjunta à crise, o mundo terá que enfrentar uma situação semelhante a dos anos 30, que antecedeu a Segunda Guerra Mundial. Nem economias avançadas, nem mercados emergentes, nem países de rendimento médio serão imunes à crise que vemos crescer. O risco que está em cima da mesa é o da recessão aumentando o isolacionismo e o proteccionismo. Isto é exatamente o que aconteceu nos anos 30 e o que se seguiu não foi algo que gostássemos de encarar outra vez." (Cristiane Lagarde, diretora-geral FMI, em pronunciamento nesta 5ª feira, nos EUA) Carta Maior,  16/12/ 2011.

*Europa tem a maior taxa de desemprego desde 1995 e o sistema bancário do euro definha; junto com ele, encolhe o crédito à produção e ao consumo ** Portugal: governo já admite nacionalização de bancos ** Espanha: agência de risco rebaixa nota de 10 bancos** Alemanha: Merkel amplia fundo de socorro aos bancos** Fitch rebaixa notas de seis gigantes bancários,entre eles, Deutsch Bank e Goldman Sachs**EUA: participação do trabalho na renda nacional cai para 58% contra média de 63% no pós-guerra** se a proporção se mantivesse, assalariados teriam hoje um poder de compra adicional de US$ 740 bi Carta Maior, 16/12/ 2011.

12/12/2011

o homem deu nome

O homem deu nome a todos os animais,
canta Bob Dylan
e eu tento nomear
tudo quanto tenho em mim:
todos esses
tigres
lobos
chacais
serpentes
gaviões
pôneis
babuínos
crocodilos
lagartos
manadas de cavalos
pombos
... ...
toda essa menagerie
conhecida como
a alma masculina.

daniel hevier  - eslováquia

08/12/2011

rufam os tambores de guerra?

A se levar em conta os sinais mostrados abaixo, parece cada vez mais inevitável que a insanidade capitalista vá lançar de seu último recurso: a guerra planetária. Afinal, um ataque  - efetivado pela OTAN, por Israel, pelos EUA, pela Europa, enfim, pelos  prepotentess de sempre - ao Irá e à Síria Irã terá consequências imprevisíveis na geopolítia mundial, em termos de resposta da China, da Rússia e até mesmo dos demais países do BRICS e de seus potenciais aliados.
Certamente que  não será a mesma coisa que invadir, desestabilizar ou dominar países como  o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Colômbia... . Mas talvez seja exatamente eese o plano: uma reação seguida de um conflito de grandes proporções.

Infelizmente, os movimentos, povos e pessoas, que vêm tentando resistir e se levantar contra essa ordem estúpida, obsoleta e agonizante, têm que estar preparados para essa última tentativa dos comandantes do sistema: envolver grande parte dos povos numa guerra planetária, para depois poderem  continuar exercendo o poder, mesmo que num mundo em ruínas. Aliás, um mundo em ruínas, gerará emprego, crescimento da indústria, do comércio, etc, etc.
Enfim, a guerra permitindo  que a engrenagem volte a funcionar novamente, com os mesmos fundamentos  oportunistas, mas cada vez mais estúpidos e ultrapassados.   

E para quem acha paranóia, ou teoria da conspiração, a possibilidade de se promover intencionalmente uma guerra -  como última saída para impasses políticos e econômicos em escala global - existem inúmeras e lúcidas análises sobre como a organização capitalista funciona de fato, nos momentos em que suas contradiçoes afloram de maneira extrema.
Uma ótima indicação de como essa ordem funciona são os dois primeiros capítulos do Guia de Orientação ao Ativista, disponível no site do instigante Movimento Zeitgeist, do qual falarei mais detalhadamente, em ocasião oportuna. 

Por ora, dois textos:  Pentágono e Otan x BRICS e uma chamada publicada hoje em Carta Maior: 

 *queda de avião norte-americano não tripulado no Irã, semana passada, reforça indícios de que a guerra dos EUA e aliados contra o país já começou**outros sinais listados pelo jornal El Pais: explosão de unidade da guarda iraniana em novembro, causando a morte do general Moqaddam, principal impulsionador do programa nuclear iraniano** explosão de planta de conversão de urânio na semana passada, em Isfahán**assassinado do físico nuclear Dariouh Rezaie, em julho** assassinado do cientista Majid Shariari e atentado contra o físico Fereydoon Abbasi, em dezembro de 2010** Carta Maior, 08/12/2011


Também vale  a pena dar uma olhada em Crise na zona euro..., que, ao tratar da tensa reunião da União Européia nesta semana, mostra a complexidade das contradições da ordem capitalista, sugerindo inclusive um princípio de confronto entre EUA e Europa.

05/12/2011

repressão ao acampamento do anhagabaú

E continuam as açoes de repressão aos movimentos Ocupa. Primeiro foi Oakland, na Califórnia, depois Wall Street (Nova Iorque), depois Los Angeles. E, agora aqui no Brasil, tornam-se concretas as ameaças e intimidações que vinham ocorrendo na últimas semanas. São Paulo e  Rio já sofreram a repressão.


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Também m São Paulo, os acampados que preetndiam ficar no Ibirapuera foram expulsos:
No domingo durante a tarde a PM nos " ordenou" que saísse-mos. Palavras do Tenente : " Vocês tem 30min. pra desarmarem as barracas e saírem da praça, o efetivo que está vindo aí é grande, voces não imaginam o quanto, nem pessoas e nem barracas poderão ficar nessa area." nesse mesmo dia... seria inaugurada a famosa árvore iluminada. Estavam com medo de que fizessemos algo pra estragar a festa. kkkk

A ditadura está cada vez mais declarada. SÃO PAULO ESTÁ SE TRANSFORMANDO NUMA ZONA MILITAR.
LIBERDDAE DE EXPRESSÃO ? SÓ NA CONSTITUIÇÃO.
Mas mesmo assim conseguimos fazer alguma coisa pra chamar atenção do publico durante a inauguração da arvore.
NÃO VÃO NOS DERRUBAR !

ladainha

Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo
mecânico
mais fáceis que um sorriso.

Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extra-
corporal?

Por que levantar o braço
para colher o fruto?
A máquina o fará por nós.
Por que labutar no campo, na cidade?
A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar?
A máquina o fará por nós.
Por que fazer um poema?
A máquina o fará por nós.
Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.

Ó máquina, orai por nós.

cassiano ricardo em "jeremias sem chorar" (1964)

04/12/2011

repressão no ocupario

04 horas atrás, no facebook do ocupario
Sobre a remoção do Ocupa Rio: Estamos procurando informação sobre a situação no abrigo e formas de reaver os pertences, inclusive documentos pessoais que estavam dentro de roupas e mochilas que foram jogadas em separado em um caminhão. A biblioteca popular, formada por doações, também foi levada. Não houve apresentação de ordem judicial, inventário de apreensão, e nem sequer informações sobre o local de destino dos objetos. Agradecemos a quem puder ajudar sobre isso também. Compartilhem, inundem as diferentes redes sociais, blogs, todas as esferas possíveis e venham! #OcupaRio
06 horas atrás, no facebook do ocupario
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+ infos sobre a desocupação da Cinelândia nesta manhã de domingo: Ação conjunta da Guarda e da PM em várias localidades do centro, não apenas no Ocupa Rio. Os ocupantes não reagiram, não houve confronto. Os que não puderam comprovar residência, foram levados a um abrigo. As 1ªs infos são de que esse abrigo seria o Antares, em Santa Cruz. No momento há caminhonetes da Guarda Mun. e viaturas da PM ...monitorando a praça para evitar a reocupação, os garis já fizeram a limpeza total e há um palco sendo montado na frente do Teatro Municipal. Quem estiver no Rio e puder vir à praça, por favor, venha! Neste momento é preciso apoio pacífico para promover o encontro entre as pessoas, dar suporte afetivo, sem a intenção de reocupar. Compartilhem e venham!

03/12/2011

eu queria tanto

eu queria tanto
ser um poeta maldito
a massa sofrendo
enquanto eu profundo medito
eu queria tanto
ser um poeta social
rosto queimado
pelo hálito das multidões
em vez
olha eu aqui
pondo sal
nesta sopa rala
que mal vai dar para dois

paulo leminski

01/12/2011

ocupação lavras: mais uma repressão


Mais uma medida de repressão aos  movimentos populares. Sob a alegação de que irá construir um CEU na área ocupada pelos sem teto, a Prefeitura de Guarulhos solicitou na Justiça a reintegração de posse da área ocupada, mesmo que a propriedade seja particular e que o dono não tenha feito tal pedido de reitegração de posse. A Prefeiura também alegou que estava combatendo o surgimento de loteamento clandestino mna cidade.

Sem entrar nesses méritos adminsitrativos e judiciais, a ocupação, e a subsequente repressão, é apenas mais um episódio a escancararar as contradições dess organização social.

É preciso refletir seriamente cada vez que tomamos conheciemnto de fatos assim: o que leva 1.500 famílias a se exporem a essa situação de constrangimento, precariedade e enfrentamento  com as forças da repressão, às vezes violento?  Estariam ali por pura preguiça, ou por negligência com a própria vida? Abandonados pelas chamadas políticas públicas, na sua fragilidade e desamparo, seriam apenas presa fácil de movimentos de anarquistas, de extremistas ou de militantes meramente oportunistas - tal como  imprensa e governantes (à esquerda ou à direita) insinuam? 

Ou as  suas ações de ocupações seriam em razão de serem eles aqueles que sentem mais diretamente, no dia a dia, em todas as horas, as contradições dessa insana organização social, na qual sequer podemos imaginar  a possibilidade  de colocar o desamparo e as necessidades das pessoas em primeiro lugar?

É fácil, é reconfortante, poder dar respostas prontas, racionais, articuladas, seja à direita, seja à esquerda. Mas o fato prevalece: há, nas grandes capitais, uma multidão de pessoas jogadas ao frio, à chuva, à alimentação quase inexistente, à humilhação e à perplexidade de não conseguir um lugar (com um mínimo de dignidade, de tranquilidade e de confiança num futuro, mesmo que breve) onde poder deitar e acomodar crianças, velhos e doentes.


Enfim, a Ocupação Lavras, mesmo que derrotada, é mais uma ação de resitência, por parte dessa multidão que não foi absorvida pela organização social e que, portanto, não tem a menor valia para a engrenagem. Que esperem na fila, até chegar a sua vez de receber alguma migalha dos governantes, seja de direita, seja de esquerda - essa é a regra contra a qual ninguém pode se levantar, ou ninguém deveria.

A Ocupção Lavras, com suas 1.500 famílias lançadas novamente na incerteza e na precariedade de uma vida nômade, é mais um episódio protagonizado por aqueles que vivenciam diretamente, sem atenuantes, as contradições insanáveis, e cada vez mais escancaradas, dessa doentia organização econômica.

Na verdade, há uma tarefa histórica para esses excluídos da engrenagem. Suas ações são a mais forte denúncia de que  está quase tudo errado. Sem essas ações continuará forte a anestesia, a apatia e a indiferença do grosso da população, pincipalmente da domesticada classe média.   
E é muito importante  que o planetário movimento Ocupa caminhe junto dessas ações dos realmente excluídos, dos que trazem nas suas próprias e desamparadas existências a mensagem da denúncia, e o  anúncio de que algo novo terá que vir. 

Nessa Ocupação Lavras, houve mais uma dessas aproximações - leia aqui. É o começo de uma caminhada conjunta, que com certeza se fortalece, à medida em que aumenta número de pessoas desamparadas material e socialmente, e á media em que aumenta o desencanto existencial das pessoas com essa orgnização econômica, mesmo aspessoas amparadas e bem situadas nessa estúpida organização.

Avante, sem as rebeliões e sem as mobilizações não haverá despertar, nem encontro entre pessoas  e povos!

imagens extraídas do blog ocupe a periferia


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Sobre outras ocupações e repressões:

Sobre integração entre movimento Ocupa e movimento dos sem-tetos:

com o motor desligado

ao atravessar a fronteira
entre
beleza e banalidade
sobressai um homem
cansado de inventar poemas.

Não tem nada a declarar
com a excepção de alguma
trivialidade inútil.

daniel hevier - eslováquia

29/11/2011

ocupe a periferia: carta aberta da fec

Conforme já comentado aqui  e aqui, parece que um dos desdobramentos (não o único, registre-se) dos movimentos Ocupa terá que se dar pela integração com as lutas populares já existentes, sob o risco de se esvaziarem antes mesmo de cumprir a sua principal tarefa, que é a de de ajudar a provocar o despertar das massas ainda anestesiadas e ainda ignorantes da barbárie que nos ameaça. 

Essa iniciativa da FEC - Frente de Estopim Comunista é, com certeza, uma das atitudes pioneiras neste sentido. Independendente do grau de sucesso da Ocupação Lavras, ou da duração temporal da integração entre movimento Ocupa e movimento dos sem teto,  o que importa é o avanço na compreensão do potencial e das tarefas dos  movimentos Ocupa, o que importa é a lucidez demonstrada pelo grupo. Afinal, todo movimento que se aproxima da lucidez e da verdade de seu tempo, tem muito mais possibilidades de frutificar e permanecer. Tem muito mais possibilidades de superar as contradições e dificuldades exigidas para realmente se colocar em prática os fascinantes  e ousados - mas também exigentes  e desgastantes - horizontes almejados pelos movimentos Ocupa.

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Carta aos Movimentos Sociais, Políticos, Sindicais e Populares de Luta
Nós, da Frente Estopim Comunista - Exército do Povo, estamos vindo por está carta solicitar apoio a todos os movimentos sociais, políticos, sindicais e populares que estejam do lado da classe trabalhadora nas trincheiras da luta de classes. Somos um coletivo de militantes que estamos acampados na Ocupação que está ocorrendo em Guarulhos-SP.

Desde o dia 29 de outubro um movimento popular, criado por lideranças orgânicas do movimento de moradia na cidade, e que não possuem ligações com movimentos organizados, iniciaram a ocupação da região do Jardim Santo Expedito, próximo aos bairros do Lavras e Soberana. Nós militantes da FEC-EP, ao observarmos a Ocupação, resolvemos acampar na área para iniciar um projeto de construção de uma resistência politica, cultural e social. Construímos um Barracão com o objetivo de servir como um espaço de convivência coletiva, cozinha comunitária, escola de educação popular, biblioteca, rádio poste, espaço cultural, entre outras atividades.

Seguimos uma tendência internacional de Ocupações realizadas pelos movimentos anticapitalistas que ocuparam praças, ruas, prédios, universidades e escolas por muitos países do mundo, em destaque a Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, EUA, Chile e São Paulo. Apoiamos o movimento Ocupa Sampa e realizamos aqui em Guarulhos o que chamamos de Ocupe a Periferia. O intuito é abrir a perspectiva da necessidade dos movimentos de Ocupações se atrelarem intimamente com os movimentos sociais já existentes, como o dos sem teto, sem terra, do passe livre, da educação pública, o movimento operário e estudantil, entre outros. Na Espanha, os Indignados aos serem postos para fora das praças, passaram a se incorporarem com os sem-teto, passando a ocupar prédios vazios.

Queremos contar com o apoio político dos movimentos de luta, pois somos uma Frente e queremos que as organizações de esquerda somem nesta Frente que pretende construir uma forte resistência nesta área. O Espaço é coletivo, todas as organizações serão bem recebidas. E precisamos também do apoio financeiro, porque a nossa ação se esbarra nos limites do capital. Queríamos poder estar mais consolidados na área, mas por falta de dinheiro estamos construindo de acordo com nossas forças. Segue no documento fotos do nosso barracão. É importante reforçar que não temos nenhuma ligação com as lideranças dos sem-teto e que eles são reconhecidos pelo povo pela ação. Conseguimos conquistar respeito e deixamos claro para as lideranças que estamos na área para realizar trabalho social e voluntário. Não temos pretensão de liderar o processo e sim ser um ponto vermelho de resistência social contra a opressão capitalista e suas ideologias massacradoras. "

FEC-EP : Frente Estopim Comunista – Exército do Povo

27/11/2011

poesia e a finitude: diálogos com o perecer

Em razão do grande número de textos acerca dos movimentos Ocupa, redigidos e postados em novembro, acabei negligenciando a edição de poemas neste mês. Na verdade, faltava apenas um poema, esse que segue abaixo, o que eu adiva era um comentário acerca dessa seleção de poemas e sobre os poems em si.

Tal com em novembro de 2010 (aproveitando a data de Finados) selecionei poemas que falam da relação do ser humano com a morte, ou melhor, com o morrer, com o perecer, esse horizonte que está sempre à nossa volta, à nossa frente, mesmo que sejamos educados, formados para ocultar tal relação e tal horizonte.

A escolha de poemas que dialogam com o morrer nosso de cada, já pelo segundo ano consecutivo, não reflete uma atitude algo patológica, derrotista, fatalista , ou o que seja.
É apenas uma forma de lembrar esse acontecimento (e a relação com esse aconteciemnto),  que talvez seja tão essencial ao ser humano quanto a próprria existência. Rilke, Blanchot, Heidegger e muitos outros propõem: é a morte que ilumina a existência, à morte deveríamos dedicar mais cuidado, deveríamos aprender a aceitar, e mesmo  aprender a amar, o seu desvelar no nosso dia  a dia.

Na verdade, quando conseguirmos de fato instaurar um mundo feito para as pessoas e para a vida (que oxalá esteja se iniciando com  os movimentos Ocupa e com a atual Rebelião Planetária) o convívio e o cuidado com o morrer certamente não serão vistos como algo indesejável e bizarro, doentio e supérfluo.

Certamente, então,  haverá nais tempo e um ambiente mais propício para se cultivar, individual ou coletivamente, as vivências interiores, os dialógos filosóficos e metafísicos, enfim, as indagações ora silenciosas ora verbalizadas acerca de nós próprios, acerca do Ser e acerca de nós próprios no meio do Ser, e, entre essas indagações, a condição de morrer estará presente.

Com certeza, então, a morte será entendida e vivenciada não como algo terrível e limitador, e como algo a ser ignorado ou combatido, mas como a aparição que dá plenitude a nossa precariedade, algo que faz cintilar mais ainda a nossa singularidade, exatamente pelo fato de tornar ainda mais admirável a finita estada de nossa consciência e de nossa vivência  no meio do ser. 

O assunto é pulsante e renderia muitas e muitas reflexões - apesar do véu que nos ensinam a sobre perante o mesmo. Mas, como nesse ano o tempo é breve, remeto aos comentários do ano passado: a frágil subversão do dia dos mortos.

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Antes, uma breve menção aos poemas deste ano.  A começar por esse que vai abaixo, eras, de Celan.
Aparentemente, o poeta assume uma postura completamente derrotada e niilista, no seu desamparo. Um lamento subjetivo, narcisista, como se "tudo" no mundo existisse para nos aconchegar ou 'desertar' de nós. A dor que se alimenta de si própria, desvinculada de qualquer outra vivência humana. Na sua caminhada final rumo ao suicídio (Celan se matou em 1970), bem que esse niilismo deseperado pode ter se apossado de Celan. Ms é preciso levar em conta atenuantes: como se sabe os pais de Celan foram assassinados num campo de concentração da Alemanha nazista, e o poeta sempre vivenciou, ao longo de sua vida, uma atribulada relação com a morte anônima, brutal, com morte sem o devido cuidado e sem o devido desvelo, em razão dessa morte estúpida imposta aos seus pais - eles são figura recorrente na sua poesia.
Há outro poema de Celan, publicado neste mês: ilegibilidade. nele fica ainda mais evidente e comovente a marcha de Celan rumo ao suicídio, rumo à não-aceitação de nossa finitude, com tudo o que ela implica de contraditório, de sofrimento e de aprendizado. Mais sobre Celan aqui e aqui.

Já em espreita há uma bela e serena invocação (embora com a presença de uma certa mágoa do poeta) desses momentos em que a morte e a nossa finitude nos enviam seus sinais e sussuros.

Em uma chama,  se não há um inventário poético de momentos, cenas  e cenários, há um apelo direto, uma entrega resoluta ao destino que espera a nós, entes finitos mas iluminados pela 'chama' de nos sabermos testemunhas privilegiadas de tudo o que existe: testemunhas do ser e dos cosmos,  e também testemunhas do nada, da morte - ao contrário dos demais viventes e das coisas, que ao que se saiba não têm essa singular percepção do próprio fim.  

Noutros poemas há um vivência menos individualizada e, por extensão,  menos densa da morte. Há como que um amparo mútuo, o absoluto  e grandioso enigma da morte é, não desvendado, mas ao menos compartilhado por vivos  e mortos.
Ora entre amantes já mortos como em órgãos vitais, ora um vivo meditando sobre a partida de amantes também já mortos, como em piscar. E uma ambígua tentativa de comunicação entre pai morto e filho vivo, como em conversa de família - embora vazada numa  fala de cortante desengano e lucidez, deixa entrever uma espécie de percepção mística, como se o filho pudesse sutilmente perceber nos espaços e no tempo os fugidios acenos e sussuros daquele que morreu. Aliás, a respeito dessas enigmáticas percepções do ausente nos ares e instantes dos vivos, remeto a um poema de minha autoria, também publicado ano passado: ilha, luto.

Por fim, os poemas que escrevas: lembra Blanchot, com a sua afirmação de que escrever é falecer, perecer, de que, para o escritor, a escritura é a única forma não afundar na inevitável e constante percepção do perecimento e, ao mesmo tempo, de celebrar e acolher esse e perecimento.
Para Blanchot, a obra de um escritor - independente de quantos livros escreva e de quanto tempo demore para fazê-lo -  resume-se ao final numa só obra.

Uma fala única, a exigir  o cuidado do escritor de forma ininterrupta e interminável, numa obra sempre retomada e nunca concluída, aliás somente concluída com o término de seu constante perecimento, término que se dá exatamente no ato de morrer. 
Maurice Blanchot fala de tudo isso, de forma densa, poética e magistral, em "O espaço literário" (Editora Rocco, 1987),  a partir da abordagem de  obras e existências de escritores e poetas:  Kafka, Rilke, Holderlin, Mallarmé, Tchekov, entre outros.

poesia e finitude (21)

ERAS a minha morte:
a ti eu podia reter
quando tudo me desertava

(paul celan - romênia, "fiapossóis", 1968
trad. flávio kothe, 'hermetismo e hermenêutica", 1985)

25/11/2011

tahrir, uma praça feita para a revolução

Não bastasse já ter entrado para a história das lutas populares, durante os vibrantes levantes de fevereiro, eis que na última semana o povo egício consagra novamente a Praça Tahrir como centro de sua resistência ao autoritarismo e, quiçá, como símbolo do avanço dos povos rumo a um nova ordem política e econômica para  a toda a humanidade.

Aqueles que não se impressionam e não se comovem  com a imagem abaixo, e com toda essa saga do povo egípcio, é porque já perderam há muito tempo a faculdade,  não apenas de sonhar, mas de compreender que os homens sempre podem reinventar-se - ou, infelizmente, talvez  nunca tenham podido exercer essa faculdade do sonho e do entendimento, anestesiados pelo medo, pela apatia e pela comodidade de uma postura fácil e simplista perante o mundo que lhes acolhe.
Vale ler também os dois breves textos de Carta  Maior, logo após a imagem.
a praça tahir, em 22.11, 
 literalmente tomada pelo heróico povo egípcio

TAHRIR ESTÁ TOMADA POR UMA MULTIDÃO SEMELHANTE À QUE DERRUBOU MUBARAK ** é fim de tarde no Cairo** seis passeatadas vindas de bairros distantes despejam milhares de pessoas na praça** o ex-diretor da Agencia de Energia,ElBaradei, chega a Tahrir: o anúncio do seu nome causa emoção** Tahrir é o centro de uma revolução** é a partir dela que a agenda política se move no Egito** Tahrir deslocou o eixo do poder, dos gabinetes e quartéias para as ruas: a Irmandade Muçulmana não sabe mais se negocia com a ditadura militar ou engrossa a manifestação**a praça política mais consequente do mundo já não pode mais ser ignorada porque seus protagonistas não definham, nem recuam, com bombas ou tiros** Tahrir, só calará quando não for mais preciso gritar, como hoje: 'Fora o Marechal!'** Tahrir é uma escola política que atualiza a pedagogia dos levantes populares no século XXI. carta maior, 25/11/2011

Tahrir, a praça-escola do mundo
A vida política não dorme no Cairo. Recuo da Junta Militar, que promete antecipar as eleições presidenciais e entregar o poder aos civis até junho de 2012, não afrouxa a vigília das multidões nas ruas da cidade. Foi uma vitória parcial. Mas a revolução egípcia persegue alvos plenos. Nada muda a determinação da nova praça política do mundo: Tahrir quer a democratização do Egito e seus protagonistas aprenderam a conduzir a História com as mãos. Mais que isso: tem organização cada vez mais sofisticada para isso. A instalação de hospitais de campanha nas ruas para socorrer vítimas da repressão evidencia uma estrutura de coordenação política --e uma harmonia entre meios e fins, progressivos e certeiros-- muito superior ao mito da 'revolução digital'. Tahrir é a praça-escola para os indignados do mundo. carta maior, 23/11

23/11/2011

crônica da barbárie anunciada -1

*Portugal: centrais sindicais intensificam convocação para a greve geral de amanhã, dia 24, contra as políticas de arrocho** Alemanha só consegue vender 65% dos títulos públicos que ofereceu ao mercado nesta 4ª feira** investidores fogem do euro e impõem juros crescentes aos Tesouros

**caíram Berlusconi, Papandreu e Zapateros; ascenderam tecnocratas ungidos pelos mercados e a direita embolorada espanhola.** Nada mudou**bancos cortam financiamentos; o crédito seca; a produção desfalece; o emprego míngua**Ásia cresce pouco** AL perde fôlego rápido --inclusive o Brasil (mas tucanos protestaram pelo corte da Selic)** Europa rasteja e EUA andam de lado** não há contraponto político à governança dos mercados: eis o cerne da crise. (transcrito de carta maior, 23/11/2011)

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O pequeno mas incisivo texto de Carta Maior, acima,  mostra com exatidão o território movediço em que os movimentos Ocupa estão marchando. Não há garantias de vitória pelo simples fato do movimento em si, pelo advento de uma Rebelião Planetária.

O tempo urge, a barbárie espreita. Já se fala com mais frequência na velha solução encontrada pelo capitalismo para por fim às suas crises: as guerras, que, apesar de seu horror e insanidade, tem toda uma lógica necessária e benéfica para os comandantes do capitalismo: dinamizam a economia na destruição de países, povos e vidas, e novamente dinamizam a economia no momento da reconstrução desses países arrasados, livrando mais uma vez o capitalismo de suas inevitáveis contradições e crises - até a próxima grande crise e próxima grande guerra?
Não se trata de paranóia, teoria da conspiração e que tais. Basta ir até a obra de marxistas e de outros analistas lúcidos. O movimento Ocupa precisa ter em mente esse horizonte de insanidade e horror que é a possibilidade de uma guerra. Não que ele seja capaz de, por si só, apenas pelo seu advento, frear mais essa marcha rumo à catástrofe.

Não, contra a barbárie, sozinho, esse movimento, apesar de fascinante, ousado e virante, não será capaz de evitar a barbárie. Por outro lado, é a única iniciativa, em escala planetária, que pode disparar de fato o sinal de alerta entre pessoas  e povos, é a única força capaz de provocar ao menos o  iníco do despertar dos povos.

Por isso, a sua responsabilidade é bem maior do que parece a princípio.
Não se trata de apenas reviver utopias perdidas lá na década de 70.
Nem se trata apenas de defender a democracia e a cidadania ameaçadas pela brutalidade doentia dos comandantes do sistema financeiro. 
Também não se trata somente de propor, para pessoas e povos,  um modelo opcional de civilização, de organização econômica e de participação política. Pois não existem opções para a humanidade: é despertar e mudar radicalmente, ousadamente, ou despencar no abismo mais uma vez, e num abismo dessa vez vez muito mais fundo e mais perigoso - pois depois do destrutivo horror da guerra, com certeza se consolidará de vez um estado policialesco em escala planetária, maquiado por aparatos tecnológicos e seduçoes consumistas.

Para o movimento planetário, que ora dá os seus primeiros passos e que talvez venha a se consolidar como uam verdadeira greve planetária,  o desafio é ainda maior: trata-se e evitar a barbárie anunciada nos quatro cantos do mundo.

(continua)

atentos aos sinais da barbárie

Essa seleção de textos vai como breve radiografia das dificuldades e das complexidades que envolvem o atual sistema social e conômico. É fundamental para os movimentos Ocupa acompanhar e entender as contradições que vem aflorando violentamente neste sitema, principalmente aquilo que se passa na Europa.
Afinal, mesmo numa análise não muito profunda, pode-se perceber que todas essas contradições e crises estão num caminho sem volta. Não se trata de ideologia ou de desejo subjetivo. É de fato uma situação extrema, que talvez venha a provocar uma tentativa de solução extrema por parte dos atuais comandantes do sistema capitalista, ou seja, guerra planetária, seguida de uma tentativa de governança mundial, de um estado policialesco maquiado por seduções tecnológicas e consumistas.

Aqui, Fernando Canzian dá bem uma idéia da encrenca em que estão metidos os comandantes europeus:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/1008083-vai-ou-racha-na-europa.shtml

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Gilson Caroni faz um alerta bem explícito contra  a possibilidade da retomada gradual do poder pelos fascistas e da possibilidade da guerra: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5309. Repare-se no referência feita à força das ruas neste trecho:
"Os ensaios fascistas, que se alastram perigosamente em escala mundial, precisam ser detidos e só serão evitados com o movimento de protesto de milhões de pessoas e governos progressistas, unidos com um único objetivo: banir as guerras, banir as armas de extermínio, impondo, pela força dos povos, a paz e o desarmamento. A luta contra o ventre que pariu inúmeras Bestas é cada vez mais um confronto contra a lógica capitalista."

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Abaixo, um breve panorama da atual e dramática situação da Grécia. Se por um lado a Grécia foi o berço das atuais revoltas em escala planetária, o povo grego também está sendo aquele que mais tem sofrido as consequências opressivas das contradições dos stema capitalista. Mas oxalá também posssa ser o primeiro a dar uma resposta eficaz e inovadora, o primeiro a conseguir a ruptura com a ordem apodrecida e a construir uma alternativa concreta ao atual sistema, em termos de uma nova formação política e uma nova organização social e econômica: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18967.

Novamente a menção à voz das ruas:
"Creio que veremos lutas históricas na Europa. Na Grécia, as pessoas têm medo de que se repita aqui a experiência neoliberal da Argentina dos anos 90 com todas aquelas políticas neoliberais que levaram ao abismo e à destruição da Argentina. Mas dessa experiência argentina também ficou uma lição positiva: as pessoas sabem que o povo pode derrotar governos que estejam ao serviço do capital financeiro. Por isso, em muitas das manifestações que ocorrem hoje na Grécia, as pessoas saem na rua com bandeiras argentinas. O povo grego sabe que pode derrubar este mundo selvagem e neoliberal que nos aterroriza."

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E, em editorial de 22/11, Carta Maior faz uma síntese da situação na Espanha e uma breve menção à Europa, ao final também apontando as mobilizações de rua como contraponto à marcha da barbárie: 

Espanha : a quarentena da democracia
A captura do Estado pelos mercados reduz a alternância do poder a um simulacro de democracia ao nivelar partidos e programas aos desígnios da lógica financeira. O atual deslocamento da disputa política para as ruas, a impulsionar as maiores mobilizações de massa registradas no mundo, desde 1968, é uma consequência direta desse rapto. Ele explica também o paradoxo espanhol. Berço mundial dos indignados, a sociedade espanhola deu uma esmagadora vitória ao extremismo conservador nas eleições gerais deste domingo, trazendo de volta ao poder o Partido Popular, de Aznar, agora porém ainda mais forte, com uma maioria parlamentar superior a que desfrutou em 2000, obtendo 186 de 350 deputados. A social-democracia foi triturada perdendo 59 cadeiras, enquanto pequenos partidos à esquerda cresceram, mas sem ameaçar a robusta supremacia da direita. Sugestivamente, porém, o comparecimento às urnas foi bem inferior ao de 2008, com cerca de 30% de abstenção. O desinteresse, a indecisão e o elevado absenteísmo fazem deste pleito a síntese de uma Europa esmagada entre a ganância dos mercados e a rendição socialdemocrata ao neoliberalismo. A esperança em um novo ciclo de soberania democrática, que reunifique o comando econômico e político do Estado nas mãos da sociedade, terá que se materializar a partir das ruas.

22/11/2011

ocupar a copa 2014?

Não vai dar mesmo para fugir do assunto Copa 2014 no Brasil.
Aliás, com o fortalecimento gradual da Rebelião dos Povos, certamente que os movimentos Ocupa estarão bastante e disseminados pelo país e pelo mundo afora, em 2014.

É bem provável, então, que haja uma grande mobilização internacional e uma grandiosa concentração aqui no Brasil. Ela tem tudo para acontecer,  afinal será  a primeira vez, depois de inciada a era das mobilizaçãoes planetárias,  que o maior evento coletivo do planeta acontece. 

A mobilização seria, em parte, para dar mais visibilidade à Rebelião Planetária, e, em parte, para protestar contra a indústria de entretenimento, especulação e corrupção em que se tem transformado esse evento - mas que, um dia, depois de forjado o novo mundo pelo Pacto dos Povos, certamente será um momento de mágica comunhão entre povos do planeta inteiro.

Por ora, alguns textos que abordam um pouco da complexa rede de intereses e de jogo de forças que envolvidos numa Copa do Mundo, na FIFA, na Seleção Brasileira.
 
Copa do Mundo criou 'cidades neoliberais', avaliam urbanistas
Seleção: interesse e declínio
Blatter e Teixeira protagonizam...
Veja também este e outros textos aqui publicados por ocasião da Copa da África